terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Semana Interamericana da Água discute o uso racional

Por Simone Jantsch

De 6 a 13 de outubro ocorreu a XIV Semana Interamericana e VII Semana Estadual da Água. Em Estrela, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Saneamento Básico e a Sala Verde Manoel Ribeiro Pontes Filho, em parceria com a Corsan e Emater/Ascar,promoveu durante o sábado, segunda e terça-feira, a Semana Interamericana da Água, intitulada de “Água Boa. Água para Todos”. O objetivo foi discutir questões relacionadas ao meio ambiente.
A Associação Estrelense de Sociedades de Água (Aesa), realizou debate na Câmara de Vereadores de Estrela. “Todos já ficaram sem água algum dia”, destacou o presidente da Aesa, Osmar Ferrari, lembrando da importância da preservação da água limpa. De acordo com ele, o objetivo é esclarecer à população que se deve ter o máximo de cuidado com o gasto excessivo de água subterrânea e, além disso, evitar a poluição dos lençóis. Participaram do encontro membros de diretorias de sociedades de água do interior do município – associadas a Aesa – e autoridades locais, entre elas a vice-prefeita de Estrela, Irene Teresinha Veloso, além da secretária do Meio Ambiente, Ângela Schossler, e do geólogo Manfred Koelm, que palestraram na ocasião.
Conforme o presidente da Aesa, a situação é preocupante. “Um dos fatores que mostra a escassez da água é o exemplo de algumas lagoas do Vale do Taquari. Há cerca de 40 anos havia lagoas de 6 a 8 metros de largura por 1,3 metro de profundidade de água, hoje encontramos apenas um filete. Fontes que abasteciam até dez famílias hoje estão secas”, ressalta.
Ferrari afirma que, em alguns anos, a água será um dos produtos de maior custo, e que já existem países que firmaram acordo com o Governo Federal para a exploração de água subterrânea no Brasil. “E esses países compraram o direito de explorarem a água subterrânea em determinados locais. Chegará o dia em que teremos de comprar nossa própria água. É preciso que estejamos atentos”, disse ele. Para a preservação da água, segundo o presidente da associação, são necessárias ações, como o plantio de árvores para a proteção das nascentes e mata ciliar nas margens de rios e arroios.
Hoje, a Aesa reúne 19 sociedades de água e ainda participa do Comitê Taquari-Antas, onde são debatidos assuntos referentes a proteção da água no Rio Grande do Sul.

O que é o Comitê Taquari-Antas?
O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas é a união de entidades representativas dos diferentes segmentos da sociedade e de órgãos do Governo,criado com base na Lei Estadual nº 10.350, de 30 de dezembro de 1994, e nas Constituições do Estado do Rio Grande do Sul e da República Federativa do Brasil.
Para atingir sua finalidade e cumprir com suas funções, o Comitê se organiza de forma semelhante a de um parlamento, onde eleitos representam os diferentes interesses da sociedade daquele município ou estado. Assim o Parlamento das Águas de uma bacia hidrográfica é formado por três bancadas: abancada dos representantes dos usuários da água; a bancada dos representantes da população da bacia e a bancada dos representantes do Estado, através de órgãos dos governos estadual e federal.
Usuários e população são bancadas majoritárias, ocupando 80% dos assentos, distribuídos em partes iguais: 40% para cada grupo. Das outras vagas, 20% são ocupadas por órgãos do governo estadual e federal, representando o Estado como o detentor do domínio das águas superficiais e subterrâneas.

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