domingo, 30 de setembro de 2007

Alimentação saudável e sustentável

Por Nicole Sberse Morás

As preocupações com a saúde e com o meio ambiente incentivam o consumo de alimentos naturais. Uma vez considerados apenas parte da cultura hippie, hoje os alimentos orgânicos vêm ganhando espaço na economia global. Além de oferecer benefícios à saúde de seus consumidores e produtores, o plantio de frutas e hortaliças orgânicas evita que terras férteis sejam contaminadas e, assim, ajuda o meio ambiente.
Embora os produtos orgânicos custem mais aos consumidores – cerca de 30% a 50% se comparado aos produtos tradicionais - a cada ano cresce o consumo e produção deste tipo de alimento. De acordo com a Foundation Ecology and Agriculture SOEL, a área plantada com orgânicos no Brasil cresceu cerca de 300% em apenas dois anos. Tal desenvolvimento permite que o país seja considerado o segundo colocado na lista mundial dos maiores produtores. A maior parte dos consumidores encontra-se nos Estados Unidos, Europa e Japão, para onde o Brasil exporta.
Esses vegetais são cultivados sem agrotóxicos e de forma a preservar a natureza. Isso porque os agricultores usam técnicas como a rotação de cultura, compostagem, adubação verde e esterco animal. Dessa maneira, a fertilidade do solo é preservada e os produtos tornam-se mais saudáveis, mais gostosos e ambientalmente responsáveis. Para assegurar que os produtos são mesmo orgânicos, a Associação de Agricultura Orgânica (AAO) e a Organização Internacional Agropecuária (OIA) criaram certificados de garantia para os orgânicos.
Além de estar presentes em supermercados, os produtos orgânicos também ganharam espaço na Internet. Há sites especializados nesse tipo de venda, como o Caminhos da Roça, que conta com mais de 400 itens. Em Lajeado, produtos orgânicos podem ser encontrados nos supermercados Imec e Rissul. No entanto, a tradição de comprá-los na Feira de Produtores se mantém viva na cidade. Alguns produtores orgânicos vão à cidade para vender seus produtos e obter a renda da família. A agricultora Débora Seidel, de Alto Conventos, vende seus produtos orgânicos quatro vezes por semana em Lajeado, nas feiras do Centro e do bairro São Cristóvão. Confira a seguir a entrevista com a produtora:
Nicole: Vocês utilizam agrotóxicos em sua plantação?
Débora: A gente procura não usar, mas com o tomate é bem complicado. Ás vezes a alternativa é uma mistura de pimenta com cachaça para espantar os insetos.
Nicole: As pessoas perguntam se os produtos são orgânicos?
Débora: A maioria pergunta, mas as pessoas freqüentam mais a feira porque os produtos são mais baratos, são fresquinhos e já sabem que não têm agrotóxicos. A gente tenta sempre agradar o cliente, mas às vezes as verduras não estão boas. Depende do tempo.
Nicole: Vocês fornecem hortaliças para supermercados?
Débora: Dificilmente. Já fornecemos uma vez, ano passado, para o STR.
Nicole: Qual a quantidade de área que vocês mantêm plantada?
Débora: Para o cultivo de verduras nós temos uns 2 hectares plantados. Além disso, plantamos aipim e milho. A gente tem ainda uma agroindústria, pra poder fabricar pão e vender na feira, senão as bancas do lado denunciam por inveja e a vigilância sanitária aparece. Com o registro de agroindústria não há problema.

O custo do orgânico
Em geral, os produtos orgânicos apresentam preço elevado no mercado, pois seu processo de produção é mais complexo. Além de necessitar de maiores investimentos para a viabilidade do plantio, a cultura exige mais mão-de-obra. A produção é feita em pequena escala e o risco de perda é maior.

Transformação complexa
Compostagem é o processo de transformação de materiais pesados, como palhada e estrume, em materiais orgânicos úteis na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que utilizam a matéria orgânica in natura como fonte de energia, nutrientes minerais e carbono.
Por isso, um amontoado de lixo orgânico não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado ou estocado. É um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas.

Associação de Agricultura Orgânica (AAO) : http://www.aao.org.br

Link 4: Organização Internacional Agropecuária (OIA): http://www.oiabrasil.com.br/prog-organicos-brasil.htm

Caminho da Roça: http://www.caminhosdaroca.com.br/

Fontes:
http://revistapaisefilhos.terra.com.br/conteudo_01.asp?ds_setor=Especial&cd_setor=37&edita=sim&cd_materia=195
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/rural/capa07.htm
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1973/artigo58918-1.htm?o=r
http://www.terra.com.br/istoe/1847/ciencia/1847_avanco_verde.htm
http://www.ovoorganico.com.br/

A controvérsia animal

por Nicole

O uso de animais em pesquisa científica ocorre desde que a ciência viu a necessidade de aplicar o conhecimento teórico à prática. Seja para conhecer melhor o funcionamento dos órgãos ou o efeito de medicamentos em seres vivos, os bichos ocupam posição de destaque como cobaias. Paralelo ao crescimento deste tipo de uso, aumenta a preocupação com a utilização inadequada desses objetos de pesquisa.
Organizações de defesa dos animais, juristas e pesquisadores discutem sobre a ética em pesquisas. Defensores dos animais não aceitam sua utilização como cobaias, pois alegam que eles sentem dor, possuem memória e sensibilidade. No entanto, a sociedade científica aponta diversos benefícios que só puderam ser obtidos a partir da pesquisa em animais. Um dos exemplos mais presentes em nosso dia-a-dia é o uso de antibióticos, possível graças às pesquisa com ratos, coelhos e camundongos. Tecnologias utilizadas atualmente em cirurgias cardíacas também se tornaram viáveis em função desse tipo de pesquisa.
Para garantir os direitos dos animais e regular atividade de experimentação , existe um Código de Princípios Éticos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). Nele estão estabelecidas condutas éticas que devem ser adotadas para que exerça essa atividade da melhor maneira possível.

O uso de animais na história

Na Grécia Antiga, os filósofos já pensavam sobre a relação dos homens com os bichos da natureza. Eles foram utilizados para fins didáticos por Hipócrates (450 aC) e em vivissecções por Galeno (129-210aC). Vivissecção são testes de variáveis de comportamento provocadas nos animais. O pensador René Descartes, no século XVII, pensava que não havia mal em utilizar animais em pesquisas, já que esses seres não possuíam alma e, por isso, não sentiam dor. No ano de 1978, a UNESCO lançou a Declaração Universal de Direitos dos Animais, segundo a qual: nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor; toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito; estão previstos todos os direitos dos animais e as conseqüências para ação do homem sobre eles.

Faltam leis

No Brasil ainda não há uma lei estabelecida pelo governo que diga respeito ao uso de animais como cobaias. Em 1996 foram lançados projetos de lei que não chegaram a ser efetivados. Por conta disso, cada instituição cria sua própria Legislação Ética. A Univates, através do Comitê de Ética e Pesquisa (Coep), regula as atividades de pesquisa em animais de acordo com Código Estadual de Proteção Animal e Diretrizes da Utilização de Animais em Experimentos Científicos da Bioética da Ufrgs ( Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Avanços obtidos através do uso de animais em pesquisa

Confira a seguir exemplos de benefícios obtidos a partir de experimentação em animais:
• Descoberta da insulina
• Produção de antibióticos
• Diagnóstico de doenças como o câncer
• Desenvolvimento de tratamentos como quimioterapia
• Criação de marca-passos
• Pesquisa sobre tranqüilizantes
• Conhecimento sobre transplantes.

domingo, 16 de setembro de 2007

Plantação de árvores exóticas ameaça animais no RS

Por Débora Kist

A expansão da monocultura de árvores exóticas e o desmatamento são responsáveis pelo declínio e a extinção de 26 espécies da fauna dos campos gaúchos. Segundo Glayson Bencke, biólogo e um dos autores do Livro Vermelho da Fauna ameaçada de extinção no RS, atualmente cinco dessas espécies têm a plantação de eucaliptos e pinus como ameaça direta.
Entre as cinco espécies que correm maior risco, quatro são aves: noivinha-de-rabo-preto, caminheiro-grande, caboclinho-de-barriga-preta e veste-amarela. Entre as demais 21 estão espécies de besouros, anfíbios e répteis. Em outubro de 2005, o governo gaúcho iniciou um megaprojeto para expandir a área de plantações comerciais de árvores na metade sul e no nordeste do Estado. Conforme Bencke, animais exclusivos destas regiões, de campos ensolarados, não se adaptam ao novo ambiente de floresta, que é sombrio.
Além dos impactos na diversidade da fauna, a plantação de árvores exóticas feita para suprir a indústria madeireira, de celulose e de papel, pode ainda trazer outras conseqüências ambientais. De acordo com Carla Villanova, do Núcleo Amigo da Terra/Brasil, sem um sério estudo sobre os impactos socioambientais não é possível prever o real impacto desta expansão na fauna riograndense. Ela explica que o plantio de árvores exóticas não deve ser confundido com florestamento ou reflorestamento, porque não é feito a favor de questões ambientais.
A sociedade tem se manifestado sobre o tema. Para o comerciante Inácio Brixius, de Venâncio Aires, a extinção de animais no estado é algo procedente: “Plantando árvores diferentes às que os animais estão acostumados, acho que é difícil eles sobreviverem”, afirma. Ana Flávia Hantt, estudante de jornalismo da Unisc, afirma que o impacto causado pelo desmatamento é mais prejudicial que o florestamento exótico. “Creio que o desmatamento atinge muito mais espécies por ainda ocorrer em maiores proporções do que a monocultura de árvores”. Para a professora de biologia de Passo do Sobrado, Solange Meurer, plantar árvores exóticas pode gerar a descaracterização de um ecossistema e a conseqüente extinção de recursos naturais tão necessários para a sobrevivência de determinada fauna.

Empresas de celulose são capazes de produzir três milhões de toneladas por ano. Dados do site Defesa da Vida Gaúcha apontam que o Rio Grande do Sul possui aproximadamente 400 mil hectares de monocultura de eucalipto, pinus e acácia. A estimativa é de que, em um pouco mais de uma década, as terras gaúchas, em sua maior parte formadas por campos nativos, terão mais de um milhão de hectares ocupados por plantações comerciais de árvores. Isto porque o governo gaúcho pretende instalar três grandes fábricas de celulose até 2010. Com a justificativa de desenvolver a economicamente retraída metade sul do estado, planeja-se a inauguração, em poucos anos, de uma unidade da Stora Enso, uma da Votorantim Celulose e Papel e de uma nova unidade da Aracruz na região. Cada uma capaz de produzir um milhão de toneladas de celulose branqueada por ano, o que necessitaria de uma forte e vigorosa base 'florestal' de eucaliptos, que ocuparia uma área de 300 mil novos hectares.

Livro aponta fauna ameaçada no RS. Ao longo de suas 632 páginas, o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul informa os principais ecossistemas do Estado, disponibiliza mapa político, atmosférico, das unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável, e sobre as Reservas Particulares de Patrimônio Natural. Além de uma introdução sobre o desenvolvimento do projeto, a obra chama a atenção por quantificar as principais ameaças à fauna gaúcha, e orientar o público sobre ações recomendadas para conservação. Saiba mais no site www.pucrs.br.

NAT promove campanha contra plantio de árvores exóticas. O Núcleo Amigos da Terra / Brasil vem realizando, desde 2006, uma forte campanha contra a expansão das áreas com plantações de árvores exóticas no Rio Grande do Sul. Esta campanha visa evitar que a instalação de plantações de árvores exóticas em larga escala nos campos nativos gaúchos, acarrete impactos como a extinção de espécies de animais nativos. A diminuição do fluxo de água dos rios, a seca de vertentes e córregos, o aumento da salinidade e acidez dos solos, a desconfiguração de paisagens e de culturas e o aumento do êxodo rural nas regiões afetadas, são outros riscos da monocultura de árvores exóticas. Fonte: www.natbrasil.org.br

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Cuidado com o animal que você tem em casa

Por Camila Devitte Dal Pian

Apesar do tratamento especial dedicado aos animais de estimação, algumas precauções evitam transmissão de doenças. O pêlo, a saliva, as patas, a urina e as fezes são os focos de contaminação. Sarna, raiva, micoses e rinite podem ser adquiridas pelo contato com os animais.
Transmitida por cães, gatos, cavalos ou morcegos, a raiva é a mais conhecida das zoonoses. O homem contrai esta doença tanto pela mordida, quanto pelo contato de mucosas e feridas com a saliva de animais contaminados.
Além da raiva, cães e gatos, e também coelhos e cavalos, podem transmitir a sarna, através do contato próximo com o bicho doente. As micoses também são contraídas desta forma.
Conforme a veterinária Caroline Bersch, uma das formas de evitar que o animal adquira sarna e micoses é manter sempre limpo o local onde o animal dorme. Evitar umidade também é recomendável. “Banhos no intervalo de no máximo 15 dias também é importante. É necessário manter o bichinho limpo”, completa.
A vacinação em dia e as visitas constantes ao veterinário são formas de evitar que seu animal adquira doenças que contaminem o homem. Também não se aconselha dividir cama, ou até mesmo alimentos com eles, já que o contato direto aumenta as chances de transmissão.

Cães e gatos também transmitem leptospirose

Não são somente os ratos os transmissores de leptospirose. Cães e gatos também são responsáveis por esta doença. O contato da urina com mucosas ou feridas, e a ingestão de água contaminada com urina são as formas de se contrair leptospirose.
Para evitar a doença, é importante não deixar comida durante a noite para os bichos, quando podem ser contaminadas. Vacinar os animais também é necessário.


Toxoplasmose, perigo para grávidas e aidéticos

Transmitida pelos gatos, a toxoplasmose é passada para o homem através do contato com as fezes do animal. É uma doença perigosa para mulheres e aidéticos. O contágio da toxoplasmose nas grávidas pode trazer problemas sérios para as acrianças. Nos aidéticos, as conseqüências podem ser graves, causando lesões no sistema nervoso, pulmões, coração e retina. Em alguns casos pode até matar, já que a capacidade imunológica do paciente está muito baixa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Energia elétrica atende cerca de 92% dos domicílios no país

Por Débora Kist

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aponta que a energia de origem hídrica é hoje a segunda maior fonte energética no mundo, perdendo apenas para o petróleo. O Brasil é um país privilegiado em recursos hídricos e altamente dependente da energia hídrica. Mais de 90% da energia elétrica brasileira provém de rios.
Segundo a Petrobrás, o Brasil detém 15% das reservas mundiais de água doce disponível, porém só utiliza um quarto de seu potencial. Desta forma, o governo tem incentivado, por meio de mecanismos legais e regulatórios, a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). O uso de PCH como fonte de energia vem crescendo no país em função do grande potencial brasileiro e dos baixos impactos ambientais.
Mesmo com toda a importância que a água representa, foi em 1934 que a legislação tomou conhecimento disso. O Código de Águas Brasileiro, criado com a finalidade de estabelecer o regime jurídico das águas no Brasil, dispõe sobre sua classificação e utilização, bem como sobre o aproveitamento do potencial hidráulico, fixando as respectivas limitações administrativas de interesse público.
A abundância em bacias hidrográficas corresponde à construção de inúmeras represas hidrelétricas. A maior do Brasil é a de Itaipu, no estado do Paraná. Dados do Jornal Ambiente Brasil revelam que a construção de represas pode resultar em impactos negativos como: inundação de áreas agricultáveis, alterações na fauna do rio e perdas de heranças históricas e culturais, assim como alterações em atividades econômicas e usos tradicionais da terra. Mesmo com isso, deve-se considerar como efeitos positivos a criação de possibilidades de recreação e turismo, o aumento do potencial de irrigação, o transporte em hidrovias e, principalmente, a produção de energia elétrica.


Não apenas petróleo: Petrobrás investe na bioenergia. De acordo com seu site, a empresa petrolífera está engajada em projetos para a produção de energia renovável. Uma delas é a produzida pela água. Com isso, a Petrobrás poderá reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera em aproximadamente 223 mil toneladas por ano.

A história da legislação hídrica no Brasil. Conforme informações da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, o Brasil vem produzindo, desde o início do século passado, legislação e políticas que buscam gradativamente consolidar uma forma de valorização de seus recursos hídricos. Fonte: www.cetesb.sp.gov.br

Itaipu bate recorde de produção em 2006. A usina de Itaipu atingiu em 2006, a segunda maior produção de energia de sua história: 92.689.963 megawatts-hora (MWh). O total produzido por Itaipu seria suficiente para suprir cerca de 81 dias o consumo de energia elétrica de todo o Brasil, que no ano passado atingiu um patamar histórico. Em 2006, a produção de Itaipu atendeu 20% de todo o consumo de eletricidade brasileiro e 95% da demanda paraguaia. Ficou só um pouco abaixo de seu recorde histórico do ano 2000 (93.427.598 MWh). Para alcançar a produção daquele ano, seria necessário que a usina gerasse, em 2006, mais 737.662 MWh, ou seja, o equivalente a apenas três dias de produção. Saiba mais no site www.itaipu.gov.br.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Para onde vai o lixo? A moda dos reciclados no Brasil e no mundo

Por Débora Kist

Segundo o conceito Aureliano, moda é maneira; costume; uso geral. Tudo e todos aderindo à moda; e o lixo também. O paradoxo se encontra na seguinte estatística: as maiores cidades brasileiras, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte não possuem coleta seletiva de lixo. Os dados vêm da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, de 2000, que aponta a região sul como líder em reaproveitamento de resíduos sólidos. O Rio Grande do Sul é o estado onde o reaproveitamento do lixo é maior, com 22,5% dos municípios reciclando os resíduos. Em Santa Catarina, 16,7% dos municípios reciclam seu lixo, e no Paraná 10%. Embora a coleta seja freqüente, muito do lixo vai para aterros que não são controlados, ou seja, não recebem tratamento adequado.
O que fazer com o lixo consumido não é mais uma incógnita. “Eu separo da maneira que dá e procuro no mercado peças recicladas. Por exemplo, venho utilizando o papel A4 reciclado em todas as aulas e os meus alunos aprovaram a idéia”, revela a professora Liane Mohr, de Venâncio Aires. Ela conta que outro dia, comprou dois vasos de flores feitos de pneus usados. “Daqui a pouco tudo na nossa casa poderá ser reaproveitado”, afirma.
Inicialmente, o papel era o resíduo mais reaproveitado, pois representa em torno de 20% do lixo produzido, conforme dados do site www.consciencia.net. Agora, além do papel, plástico e alumínio, outros resíduos vêm sendo reciclados. O vidro, utilizado em tampos de mesa, janelas, embalagens de alimentos e lentes de óculos é responsável por números significativos. Segundo informações do site www.resol.com.br, o índice de reciclagem de vidro no Brasil equivale a 45%, ou 400 mil toneladas por ano e gera em torno de 12 mil empregos anuais.

ANIP investe 20 milhões de reais em coleta de pneus
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) foi selecionada para o Prêmio AutoData Os Melhores do Setor Automotivo de 2007 na categoria Responsabilidade Ambiental pela criação da Reciclanip, entidade que atua na coleta e destinação de pneus inservíveis em todas as regiões do país. A Reciclanip contabiliza 700 mil toneladas de pneus retirados da natureza, o equivalente a 139 milhões de pneus de automóvel. Os pneus convencionais são transformados em solas de sapato, percinta para sofás, vasos para plantas, pisadas antiderrapantes e na construção de asfaltos. Todos derivados do petróleo, que ainda é utilizado na fabricação de benzinas, óleo diesel, gasolina, alcatrão, polímeros plásticos e até mesmo medicamentos.

Programa leva pessoas para viver no meio do lixo
A reutilização de resíduos sólidos virou moda no mundo todo. Na Grã-Bretânia, um reality show quer mostrar o que é desperdiçado no país. Segundo o site da BBC Brasil, os voluntários foram deixados numa lixeira perto da cidade de Croydon, na região metropolitana de Londres. Devido aos perigos do lixo como seringas e substâncias químicas, foi construída uma lixeira exclusiva e que se aproxima muito de um depósito real. Ao lançar o anúncio do programa, o canal britânico de televisão Channel 4 apenas falou num desafio ecológico. Os 11 participantes no concurso foram mais tarde surpreendidos pela sua nova “casa”. Para o Channel 4, os ingleses desperdiçam muito e não reciclam o suficiente. O reality show vai chamar-se Dumped (Deitados ao lixo), onde vão viver três semanas.

Sacolas de Pano: ser consciente está na moda

Por Camila Devitte Dal Pian

A Prefeitura Municipal de Lajeado lançou no dia 05 de Junho a Sacola de
Pano. A medida busca fazer com que as pessoas deixem de usar as sacolas
plásticas, que agridem o meio, e passem a usar a de pano em suas compras.
Parte integrante do programa A Cidade Educa, o projeto recebe apoio da
Florestal Alimentos, Morar Bem Investimentos Imobiliários, Bebidas Fruki,
Construtora Giovanella, Construtora Zagonel, Mondial Veículos e Posto
Giovanella. Estas empresas são responsáveis pelo custeio da primeira etapa
do projeto, de R$ 27.500,00.
Gerente do Posto Giovanella, Marcos Rodrigues, acha válida a participação da
empresa neste projeto. Ajudando na implantação do programa Sacola de Pano,
Marcos acredita que consegue-se mostrar para a população a importância da
adoção dessas pequenas medidas. “Se cada um fizer a sua parte, podemos
diminuir um pouco desse impacto no meio ambiente”, comenta.
Para adquirir a sacola de pano em Lajeado, basta ir até a sede da Secretaria
de Meio Ambiente, localizada no Parque do Engenho, e doar um quilo de
alimento não perecível. As primeiras cinco mil sacolas foram distribuídas
para a população na Feira do Produtor e no Parque Professor Theobaldo Dick.

Imec também lança campanha

Preocupada com a conscientização da população, a rede de supermercados Imec
lançou a “Sacola Ecológica Imec – Economize a Natureza, Ganhe Qualidade de
Vida” , em todas as suas 15 lojas nos vales do Taquari, Rio Pardo e Caí.
Diferente do projeto da Prefeitura de Lajeado, as sacolas do Imec são
adquiridas nas compras acima de R$ 50,00 com o acréscimo de mais R$ 2,00. O
lucro será revertido para instituições assistenciais de cada cidade, onde as
sacolas vão ser vendidas.


Idéia se espalha pela região

Santa Cruz do Sul também lançou sua sacola ecológica, ao custo de R$ 7,00.
O dinheiro arrecadado com as vendas será doado para o Lar da Menina. Com o
patrocínio da Pitt e da Posser Advogados Associados, foram feitas 500
sacolas. O objetivo do projeto é distribuir duas mil sacolas durante os dois
meses de execução.