terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Congresso Brasileiro de Jornalismo discute abordagens ambientais

Por Simone Jantsch.

De 10 a 12 de outubro ocorreu o 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Este ano, o tema abordado foi “Aquecimento Global: Um desafio para a mídia” e teve como local o Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.
O evento foi direcionado, em especial, aos jornalistas brasileiros. Através de painéis, oficinas, conferências, mostra de vídeos e apresentações de trabalhos acadêmicos abordou-se questões ambientais na mídia. De acordo com a professora Jane Mazzarino, que participou do congresso, o objetivo era sensibilizar os jornalistas para uma cobertura mais qualificada sobre o problema ambiental. “Uma das grandes preocupações é a forma como os problemas ambientais estão sendo midiatizados. É preciso fazer com que as coberturas jornalísticas sejam feitas de forma mais correta”, ressalta ela.
Entre os palestrantes, estava o primeiro glaciólogo brasileiro e professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da UFRGS, Jefferson Cardia Simões, que debateu sobre o tema mudanças climáticas, no segundo dia do evento. “Os jornalistas não questionam suas fontes, as informações que delas recebem. E é por isso que, na maioria das vezes, falta precisão na divulgação de dados. Confundem mudanças climáticas, aquecimento global e efeito estufa”, lembra o glaciólogo, dizendo que na maioria das vezes as notícias ambientais são utilizadas de forma sensacionalista. Simões garantiu ainda que um pouco de sensacionalismo não é prejudicial, mas que deve ser usado na dose certa e apenas com o intuito de chamar a atenção da sociedade.
Já o físico e Lama Budista Padma Samten fez referência às energias renováveis. “Usando os recursos para gerarmos facilidades acabamos gerando lixo. Este é um processo insustentável”, alertou Samten. Calcula-se que há cerca de 30 anos os hábitos de consumo não mudaram e que, apesar das inúmeras informações que circulam nos meios de comunicação, os impactos ambientais não mudaram. “Não podemos simplificar as questões. Necessitamos que seja criada uma responsabilidade social sobre o bem-estar humano”, finalizou Padma.

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