domingo, 30 de setembro de 2007

A controvérsia animal

por Nicole

O uso de animais em pesquisa científica ocorre desde que a ciência viu a necessidade de aplicar o conhecimento teórico à prática. Seja para conhecer melhor o funcionamento dos órgãos ou o efeito de medicamentos em seres vivos, os bichos ocupam posição de destaque como cobaias. Paralelo ao crescimento deste tipo de uso, aumenta a preocupação com a utilização inadequada desses objetos de pesquisa.
Organizações de defesa dos animais, juristas e pesquisadores discutem sobre a ética em pesquisas. Defensores dos animais não aceitam sua utilização como cobaias, pois alegam que eles sentem dor, possuem memória e sensibilidade. No entanto, a sociedade científica aponta diversos benefícios que só puderam ser obtidos a partir da pesquisa em animais. Um dos exemplos mais presentes em nosso dia-a-dia é o uso de antibióticos, possível graças às pesquisa com ratos, coelhos e camundongos. Tecnologias utilizadas atualmente em cirurgias cardíacas também se tornaram viáveis em função desse tipo de pesquisa.
Para garantir os direitos dos animais e regular atividade de experimentação , existe um Código de Princípios Éticos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). Nele estão estabelecidas condutas éticas que devem ser adotadas para que exerça essa atividade da melhor maneira possível.

O uso de animais na história

Na Grécia Antiga, os filósofos já pensavam sobre a relação dos homens com os bichos da natureza. Eles foram utilizados para fins didáticos por Hipócrates (450 aC) e em vivissecções por Galeno (129-210aC). Vivissecção são testes de variáveis de comportamento provocadas nos animais. O pensador René Descartes, no século XVII, pensava que não havia mal em utilizar animais em pesquisas, já que esses seres não possuíam alma e, por isso, não sentiam dor. No ano de 1978, a UNESCO lançou a Declaração Universal de Direitos dos Animais, segundo a qual: nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor; toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito; estão previstos todos os direitos dos animais e as conseqüências para ação do homem sobre eles.

Faltam leis

No Brasil ainda não há uma lei estabelecida pelo governo que diga respeito ao uso de animais como cobaias. Em 1996 foram lançados projetos de lei que não chegaram a ser efetivados. Por conta disso, cada instituição cria sua própria Legislação Ética. A Univates, através do Comitê de Ética e Pesquisa (Coep), regula as atividades de pesquisa em animais de acordo com Código Estadual de Proteção Animal e Diretrizes da Utilização de Animais em Experimentos Científicos da Bioética da Ufrgs ( Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Avanços obtidos através do uso de animais em pesquisa

Confira a seguir exemplos de benefícios obtidos a partir de experimentação em animais:
• Descoberta da insulina
• Produção de antibióticos
• Diagnóstico de doenças como o câncer
• Desenvolvimento de tratamentos como quimioterapia
• Criação de marca-passos
• Pesquisa sobre tranqüilizantes
• Conhecimento sobre transplantes.

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