segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Calamidade: a proliferação de insetos

Por Francieli Stefani

A poluição gerada pela urbanização descontrolada provoca o aumento da população de mosquitos. A proliferação de mosquitos também se deve a um deficiente saneamento básico ou a práticas inadequadas de limpeza, além da incorreta deposição de resíduos orgânicos por certas indústrias e pela população. Para se desenvolverem, as larvas de mosquito precisam da existência de águas estagnadas, matéria orgânica, latas vazias, valas fora de uso, cursos de água não escoantes, cemitérios de automóveis, etc.
“Com o aquecimento do planeta e o desmatamento, a poluição e a falta de consciência das pessoas a terra está se encaminhando para um estado de calamidade pública.” A afirmação é da técnica da Emater de Relvado, Rejane Polesi que observa uma crescente proliferação de insetos, em cidades e no interior. “Ano passado, aqui em Relvado, um surto de besouros infestou a cidade. Todo lugar que se pisava, principalmente em baixo de luminárias, o chão estava repleto de besouros”, conta ela.
Para o técnico agrícola Cristiano Laste vários motivos colaboram para o aumento de insetos da região. Entre elas as alterações do habitat natural, a falta de alimentação, o manejo inadequado do lixo e dejetos. “A população que mais de desenvolveu foi a de moscas e mosquitos”, fala. Cristiano explica que os insetos só vão aonde têm sujeira. “Um manejo adequado do lixo, preservação do meio ambiente, preservação das matas e rios, e manutenção os quintais de casa, sem água parada, além de se colocar areia nas plantas do quintal e não manter nenhum recipiente que possa armazenar água ao céu aberto, são formas de controlar os insetos juntando o bom senso da população e as medidas adequadas, poderemos sim viver em condições mais agradáveis”, fala o técnico Cristiano.
No verão é quando os mosquitos mais se reproduzem. Devido ao calor a proliferação é rápida e intensa. O que mais preocupa a região é uma possível proliferação do mosquito aedes aegypti, o mosquito da dengue. Nas regiões urbanas os mosquitos da dengue e o pernilongo (Culex), são os que mais atacam. Em todo o vale está sendo feito o controle de vetores, para combater o borrachudo, pernilongo e a dengue. Três métodos de controle são possíveis, combinados ou não, conforme a complexidade do problema: o método físico ou ecológico, o método químico e o biológico.
O método físico é o mais eficaz e duradouro, ele consiste em eliminar possíveis focos de propagação da larva, propor boas condições de saneamento básico, higiene e limpeza, assim como maiores informações pras pessoas. Outro método consiste na utilização de compostos químicos de natureza variada (inseticidas, inibidores de crescimento, atrativos e repelentes). Neste caso o cuidado deve ser maior para não atingir outras espécies de animais. O controle biológico baseia-se em organismos capazes de atacar e devorar as larvas dos mosquitos indesejáveis (parasitóides, predadores, microrganismos patogênicos), como por exemplo aves predadoras de insetos, peixes e outros.




Proliferação e o aumento das doenças causadas por insetos


Os insetos são fontes de inúmeras doenças.
Algumas das principais doenças causadas por insetos são:

*A pulga e o Bicho – de - pé: tifo murino, peste bubônica, bicho-do-pé.
*Mosquito Barbeiro: doença de chagas.
*Percevejo: dermatite epidérmica.
*Mosquito em geral: leishmaniose, leishmaniose tegumentar americana, malária, dengue, febre amarela.
*Mosca: enterites, miíase furunculóide (Berne), miíase cavitária.
*Besouro: dermatites por contato.
*Mariposa: dermatite por contato.


A prevenção é o melhor remédio

Alguns dos mais importantes cuidados para prevenir a proliferação e transmissão de infecções causadas por insetos incluem:
*Não se instalar em locais onde habitem vetores de doenças;
*Preocupar-se com as condições dentro e nas proximidades das moradias;
*Não realizar devastações ou queimadas nas proximidades de sua moradia;
*Não poluir ambientes terrestres, aquáticos e aéreos;
* Informar as secretarias de saúde sobre as doenças causadas por insetos registradas em sua região.
*Evitar ao máximo o acúmulo de água estagnada.
Essas medidas podem tornar a região menos acometida por insetos de todas as espécies. O não cumprimento de normas de higiene e as queimadas podem eliminar importantes espécies predadoras de mosquitos, causando um desequilíbrio sistêmico, o que leva a proliferação das espécies indesejadas.




Dengue um perigo a vista

O mosquito transmissor da dengue recebe o nome cientifico de aedes aegypty. A doença é causada pela picada da fêmea do mosquito. De 8 a 12 dias após ter sugado sangue de pessoa contaminada, o mosquito está apto a transmitir a doença. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções para uma pessoa sadia, nem através da água ou alimento. Em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas.

Fontes: www.animalplanetbrasil.com; www.brasilescola.com; www.inpa.gov.br; www.tierramerica.net; www.ufba.br; www.ibama.gov.br e EMATER de Relvado.

Prefeitura de Lajeado investe R$ 111 mil

Por Francieli Stefani

Lajeado é o primeiro município da região e único á ter um Centro de Controle de Zoonozes e Vetores.

Cães abandonados nas ruas sempre foi um dos principais problemas nas grandes cidades. Hoje a situação está se agravando também em cidades do interior, como é o caso do município de Lajeado, também tem enfrentado dificuldades com o grande número de animais abandonados nas ruas.
Preocupada em buscar uma alternativa para solucionar o problema, a Prefeitura de Lajeado optou pela criação de um CCZ - Centro de Controle de Zoonose e Vetores. Segundo informações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o local que vai contar com cerca de 200 m² e terá um custo de R$ 111 mil, vai servir de abrigo para animais domésticos de pequeno porte. A obra está sendo construída ao lado do Aterro Sanitário Municipal, na divisa dos bairros Conventos e São Bento. O centro conta com 20 baias, para acolher cerca de 30 animais, inicialmente, além de toda uma estrutura de solarium para banhos de sol, uma sala para procedimentos cirúrgicos e ainda um espaço isolado para animais em situações críticas.
A construção do CCZ em Lajeado, está gerando polêmica e sendo alvo de críticas, principalmente por parte dos ambientalistas e pessoas ligadas a defesa do meio ambiente. O ambientalista Roger de Oliveira, 19 anos, natural de Lajeado, aposta que a construção do CCZ não será bem aceita pela população. “Os animais serão recolhidos e se estiverem machucados serão postos junto com os demais, os cães ficarão expostos para adoção num período de dez dias, caso ela não ocorra os animais serão anestesiados e incinerados, com certeza a população se revoltará contra isso”, complementa o ambientalista.
A secretária do Meio Ambiente afirma que o Centro de Controle de Zoonozes e Vetores de Lajeado é um serviço pioneiro e único na região, e um dos mais completos. “O centro é do município e acolherá somente animais de Lajeado. A nossa idéia é centralizar todos os serviços, de zoonozes e vetores em um só lugar” Ela acrescenta ainda que o controle de vetores já é feito desde 2005 contando com uma equipe de cinco funcionários, desde sua criação o serviço já teve investimento de R$220 mil.
Segundo Simone, a visão do ambientalista não é real. “O centro não visa matar os animais mas sim tratá-los, realizando o processo de castração e vacinação, preparando-os para uma futura adoção. Caso os animais não forem adotados eles continuarão no centro, tendo todos os cuidados, até encontrarem um lar.” A secretária afirma que o centro contara com quatro funcionários: um operário, um veterinário e duas pessoas para trabalharem no setor administrativo.
“Com esse local pretendemos controlar qualquer outro problema de saúde pública e proteger os animais vítimas de maus tratos” afirma. Ela comenta que serão realizadas feiras para despertar o interesse da população Lajeadense pelos cães, assim como um trabalho de conscientização e orientação incentivando o cuidado e a adoção dos animais.